Defender o emprego e a <i>TNC</i>
Confrontados há uma semana com o abrupto anúncio de encerramento da actividade, no quadro de um processo de insolvência que decorre há ano e meio e sobre o qual foram dadas poucas informações consistentes, os trabalhadores da Transportadora Nacional de Camionagem mantêm, desde a manhã de dia 14, piquetes de guarda nas instalações, que logo nesse dia impediram a mudança de fechaduras nos portões.
Em plenário, na sexta-feira, os trabalhadores decidiram colocar como principal objectivo a defesa dos 126 postos de trabalho, revelou o Sindicato dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal, da Fectrans/CGTP-IN. O STRUP deu voz às críticas a um processo de insolvência que formalmente visa a recuperação, mas favorece objectivos de especulação imobiliária com os valiosos terrenos da TNC, em Alverca.
Na terça-feira de manhã, deslocando-se em 28 camiões, dezenas de trabalhadores participaram numa marcha lenta, partindo da sede da empresa em direcção à Assembleia da República. Foram retidos pela Polícia junto ao estádio de Alvalade, onde receberam a solidariedade de muitos motoristas e automobilistas que por ali passavam e o empenhado apoio do PCP, transmitido pelo deputado Miguel Tiago (que, com Bruno Dias, subscreveu uma pergunta dirigida ao Governo na AR, como referimos na pág. 10).
Depois de uma conferência de imprensa, em que salientaram o facto de não haver dívidas ao pessoal, nem ao Fisco, nem à Segurança Social, e haver trabalho que mantém ocupada quase toda a frota, os camionistas regressaram a Alverca, determinados a manter a resistência, reforçada com os camaradas que entretanto estão ainda a chegar de serviços no estrangeiro.
Para ontem, ao fim da manhã, estava marcada uma reunião de representantes dos trabalhadores com a presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e com o administrador de insolvência.